quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Editorial



Editorial de uma revista e de um jornal: o primeiro assinado e o outro não!
O editorial  é um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro ou indiferente.        

É comum se ter uma seção chamada Editorial na mídia impressa.        

Então, a objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, uma vez que o redator dispõe da opinião do
jornal sobre o assunto narrado.

Logo, os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de modo que evidencie a posição da mídia, ou seja, do grupo que está por trás do canal de comunicação, uma vez que os editoriais não são assinados por ninguém.    

Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.         

O editorial possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a interpretação do que aconteceu.                

Pelas características apontadas acima, podemos dizer que o editorial é um texto: dissertativo, pois desenvolve argumentos baseados em uma ideia central; crítico, já que expõe um ponto de vista; informativo, porque relata um acontecimento.

O jornal que apresenta matérias excessivamente
críticas e opinativas e que não possui um ambiente separado para editoriais é considerado “de opinião”!     

Contudo, contrariando o fato do editorial levar em consideração a opinião do jornal como um todo muito editorial de revista mostram apreciações feitas por autores que assinam o texto e muitas vezes até mostram o rosto em uma foto!
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras 
Equipe Brasil Escola

Como fazer um editorial
 É necessário saber que um editorial defende teses. Geralmente as teses são enunciadas na introdução, seguindo-se, no corpo da matéria, a concatenação dos fatos e argumentos que levarão o leitor, na conclusão, a endossar o pensamento do veículo.

Partes

1 – Justificativa do tema
2 – Apresentações da tese
3 – Corpo
4 – Conclusão

 

Exemplos:

1) Editorial da  Folha de São Paulo

*    Houve em Granada um golpe militar com o assassinato do ex-ministro.
*    Houve uma intervenção externa, por   tropas dos EUA, com a participação de países da região.
*    A interferência foi injustificável.

Argumentos
*    A não-ingerência em assuntos internos de outros países é um princípio básico e universal aceitável.
*    Reagan foi irresponsável, pois se são condenáveis o golpe e o assassinato de Bishop, tão mais condenável é a invasão consumada, que comente contribui para o agravamento de um quadro internacional já extremamente tenso.

Conclusão

A invasão é injustificável, pois as razões alegadas por Reagan:
*    Revelam-se retóricas e inconsistentes;
*    Fazem lembrar discurso de que se tem valido regimes totalitários para justificar interesses hegemônicos e ações expansionistas.

2)  Editorial de “O Estadão”

Teses

*       Houve em Granada um golpe de inspiração soviética.

*       Os países do Caricom julgaram incompatível a incorporação de Granada à influência cubano-soviética.

*                 A interferência foi justificável

Argumentos  

*    Cabem a Caribean Community os mesmos direitos da própria OEA que na Conferência de Punta Del Este declarou  a incompatibilidade do sistema interamericano com o comunismo.

*    Como o comunismo se expandiu na região por meio de ações bélicas, também deve ser sustado pelas armas.

*    Os comunistas não devem ser aceitos no comando de governos estabelecidos intocáveis.

Conclusão

*     A intervenção é justificável, pois: se os EUA vacilarem em um lugar,   tal fato afetaria suas ações em outros lugares;

*    Moscou não pode arrogar-se o direito de eliminar, em qualquer parte do mundo, dirigentes políticos só porque não gozam de integral confiança.                   

Como analisar um editorial

É importante, ao analisarmos um editorial verificar, por exemplo, quais os fundamentos filosóficos, sociológicos ou políticos que sustentam as argumentações desse editorial? Bem como quais os conceitos (ou pré-conceitos) que os jornais querem passar aos leitores?
O gênero opinativo no jornalismo costuma ocupar pouco espaço. As matérias opinativas são, contudo, de fácil identificação, merecendo destaque em meio às notícias e reportagens.
O jornalismo brasileiro, até bem pouco tempo, vivia em função quase exclusivamente da defesa explicita de ideias e princípios. Podemos dizer que foi depois da 2a Guerra Mundial que nossos jornais conseguiram libertar-se da preocupação excessiva com a opinião de seus proprietários para apresentar como um serviço noticioso “neutro”, capaz de fornecer as informações necessárias para o funcionamento da sociedade.

                                                                                               FONTE: Ismar de Oliveira Soares.


Nenhum comentário:

Postar um comentário